segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Adam

Na quarta-feira passada, fomos ao cinema, finalmente e de graça! O Wal se inscreveu em um dos concursos do Hour e ganhou um par de ingressos pra vermos a estreia de Adam no AMC Forum 22 aqui em Montréal. Fomos ver a comédia romântica sem esperar muito dela, mas nos surpreendemos principalmente com a direção, o roteiro e a atuação de Hugh Dancy, como Adam. Recomendamos.


A ida ao cinema em si já era especial porque, como dois cinéfilos que somos, ir ao cinema é um dos nossos programas preferidos e há muito tempo esperávamos uma oportunidade de fazê-lo aqui em Montréal, coisa que, inacreditavelmente, ainda não havia acontecido, mesmo nos idos de 2005, quando moramos aqui. Acho que nosso costume de ver filmes comprados em promoção ou baixados da internet em casa nos afastou das não muito baratas salas de cinema... por pouco tempo, porque agora o Wal vai se tornar um ganhador de ingressos profissional, se a sorte continuar batendo na porta dele (nesse fim de semana ele jogou na loteira aqui e não acertou sequer um número, mas tudo bem) rs.

Voltando ao caráter especial da nossa ida ao cinema na última quarta-feira, estamos lá sentados, aguardando o início do filme, quando o Wal de repente avista o Michel Coulombe, de quem já falei num post de setembro do ano passado, a propósito de um colóquio realizado por dois canadenses, um deles o Michel, sobre a inserção dos povos indígenas e imigrantes no Brasil e no Canadá. Na mesma hora, fomos falar com ele, nos apresentando como "o casal que você conheceu em Uberlândia, no Brasil, no ano passado". Ele ficou tão satisfeito de nos rever e de ter concluído que, se estávamos ali, é porque havíamos conseguido o visto de residência permanente, que foi logo nos dando um abraço à la brésilienne e dizendo "Bienvenus au Québec!", não sem antes comentar o quão bizarro era aquele nosso reencontro, considerando-se a possibilidade de nos encontrar ali, um casal vindo de uma cidade de que ele nunca havia ouvido falar até o ano passado.

Como a entrada na sala de cinema foi liberada meia hora antes do filme começar, nossa conversa com ele rendeu um bocado. Ele nos contou sobre como sua ida a Salvador foi maravilhosa e o surpreendeu, já que, estando lá no dia da nossa Fête Nationale, nosso querido 7 de setembro, ele esperava ver muitas plumas e mulheres bonitas desfilando, o que, nós sabemos, não aconteceu. Ao invés de mulheres bonitas e plumas, ele assistiu a um genuíno desfile militar, coisa que ele contava aos risos. Ele ainda disse "vocês não conseguiram ouvir a emissão da Radio Canada naquele sábado, né? Eu não sei o que houve, mas a emissão, que era ao vivo, não pôde ser acessada pela internet, mas eu falei de vocês, do blog de vocês e toquei a música do Robert Charlebois, viu?".

O Michel Coulombe é daquelas pessoas especialíssimas, que com uma pitada do seu tempo conseguem transformar um pouco sua vida. Ficamos muito felizes por havê-lo reencontrado e por ele ter se lembrado da gente com tanto carinho. Esperamos poder cultivar mais essa amizade.

Foto no saguão do AMC Forum 22, onde tem uma mini arquibancada com este torcedor enlouquecido do Canadians. O Wal se recusou a pagar esse mico.

Ps. Aproveito pra dar a dica de um cinema bem baratinho aqui em Montréal, o Dollar Cinema, em que o ingresso custa 2 dólares e bebidas, pipoca, chocolates custam 1 dólar. A diferença é que o Dollar Cinema exibe filmes que não são lançamentos ou já saíram de cartaz e filmes mais antigos, incluindo clássicos.

B.