quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

A primeira tempestade de neve!

Olá, pessoal!

Hoje tivemos a primeira tempestade de neve deste quase inverno! 20 cm, pra começar...

Foto tirada (de dentro de casa) da nossa sacada quando acordamos hoje...

Saindo do trabalho, foto na Rue Sainte-Catherine.

Chegando em casa, o parque em frente ao nosso prédio, completamente branco.

A ruela atrás do nosso prédio.

Meu pé, atolado.

Nossa rua.

Becs à tous!

B.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Tudo novo de novo

Sei que faz muito tempo que não escrevo aqui (acho que este foi o maior tempo que fiquei sem postar...), mas tanta coisa aconteceu nos últimos tempos que o tempo mudou de cara e foi comendo a gente pelas beiradas. É engraçado isso... A vida em Montréal tem um ritmo próprio, pelo menos pra nós. Tudo aqui parece mais intenso e o tempo passa mais rápido. Quando você vê, a semana já acabou e o fim de semana tem um jeitão de trailer, apesar da imensa quantidade de novas experiências que vivemos aqui diariamente.

Vamos completar 5 meses aqui e bastante coisa mudou desde então. Vamos por partes:

Estudo
Ser professora me fez muito feliz durante quase sete anos, mas já no Brasil eu não estava mais me sentindo realizada na profissão. Sabe quando você começa a ir pro trabalho tendo que fazer um esforço pra gostar daquilo? É verdade que quando eu entrava em sala de aula esse "sofrimento" muitas vezes desaparecia, principalmente nas turmas com que eu mais me identificava, porque ser professor é uma experiência realmente fantástica, mas em certo ponto da história eu percebi que precisava de uma mudança na minha vida profissional. Foi quando, há pouco mais de dois anos, me encantei pela Tradução e, graças a uma ex-professora da faculdade que mais tarde se tornou uma grande amiga, a Paula, pude começar a trabalhar como tradutora no Brasil. "Pronto", pensei, "encontrei a mudança que eu estava procurando". Assim sendo, decidi que, quando chegasse aqui, continuaria trabalhando como professora até concluir a faculdade de Tradução (que eu já havia começado a procurar ainda do Brasil), entrar pra Ordre des Traducteurs, Terminologues et Interprètes Agréés du Québec e poder trabalhar como tradutora juramentada em Montréal.

Mas pouco tempo antes de vir pra cá eu me senti ainda em dúvida sobre o que queria fazer. O lance é que sempre gostei de Design, Artes e cheguei a trabalhar com isso durante algum tempo no Brasil, logo que voltamos daqui de Montréal em 2006. O primeiro vestibular que pensei em prestar na minha vida foi pra Artes Plásticas, mas por achar que eu não passaria na prova de habilidade específica (porque até então eu não sabia nem pegar num lápis pra desenhar, só gostava mesmo da coisa) e por na época não ter tido grana pra pagar um curso de desenho, essa ideia acabou adormecendo pra dar lugar à minha aptidão pras Letras, coisa que tá no sangue da minha família. Só que o gosto por Artes sempre ficou ali, num canto, aparecendo de vez em quando junto com algumas habilidades artísticas... Logo antes de virmos pra cá, pensei em reconsiderar a decisão pela Tradução e, quem sabe, fazer um curso de Design. Pensei nisso durante pouco mais de um mês e acabei voltando pra Tradução.

Encontrei o curso de Tradução que eu queria na UdeM e lá fui fazer meu pedido de admissão. Pra ser admitida no curso de Tradução da UdeM, além da análise do dossiê acadêmico, tive que fazer um teste de admissão, uma prova de 18 páginas, metade em francês, metade em inglês. Um mês depois, recebi a notícia de que havia passado no exame e de que eu havia sido admitida. As aulas começaram na semana seguinte e lá fui eu, meio chocha, assistir à primeira aula. Muito legal, gostei muito da aula, do professor etc, mas eu tava me sentindo estranha... "será que eu quero ficar estudando gramática - porque a aula era de gramática do francês - durante mais cinco anos pra depois ficar traduzindo documento?". Entrei em crise pra valer... o pior é que tem hora em que a gente vive umas crises e não consegue enxergar do que aquilo se trata, né? Minha primeira aula foi numa terça-feira, o auge da crise se deu na quarta e na quinta já não voltei pra outra aula que eu tinha neste dia. Foi assim. Depois de chorar rios de angústia por não entender o que tava acontecendo comigo e de muita conversa com o Wal, percebi que eu já sabia o que eu queria fazer e não tava tendo, talvez, coragem pra fazer: mudar de área, recomeçar tudo do "zero" numa nova profissão. Na semana seguinte, pedi a anulação do curso de Tradução (existe um prazo pra você fazer isso antes de ter que pagar a primeira tuition, e o meu prazo ainda tava rolando), o que não foi fácil mas causou em mim uma alegria instantânea, ao mesmo tempo. Naquele momento me senti libertada e, com o passar dos dias, toda aquela angústia foi sendo substituída por um gás novo e um ânimo pelo que de desconhecido viria pela frente.

Pesquisas feitas, percebi que os cursos de Design aqui eram muito específicos, longe do que eu tava procurando. Foi então que encontrei um curso de Artes Plásticas na UQÀM e amei a grade de disciplinas. Na sexta-feira passada recebi a resposta do pedido de admissão que eu havia feito uma semana antes e, tcharã!, fui admitida! As aulas começam em janeiro e eu não vejo a hora de começar tudo de novo!

O Wal tá feliz da vida fazendo Film Production na Concordia, como aluno independente (uma espécie de ouvinte), já que o período de inscrições pra sessão de outono deste ano já havia sido encerrado quando chegamos aqui. Como aluno independente, ele só pode estudar a temps partiel (6 créditos por sessão, o que equivale a duas disciplinas por sessão) até que ele seja admitido como aluno regular em setembro do ano que vem, mas todos os créditos que ele cumprir até lá serão considerados. Então, ao invés de ele esperar até setembro do ano que vem pra poder começar o curso como aluno regular, ele já está adiantando algumas disciplinas. Fica a dica pra quem perder o prazo do pedido de admissão: veja na universidade em que quer estudar se é possível entrar como aluno independente depois do período de admissão ter sido encerrado.

Além disso, o Wal começou ontem a Francisação. Se não me engano, ele entrou com o pedido de admissão na Francisação em julho e, até a semana passada, ainda não tínhamos recebido resposta (já estávamos achando que ele não seria chamado pra sessão de novembro). A turma é pequena, 16 alunos, e ele gostou muito da primeira aula.

Trabalho

Depois de ter trabalhado na escola de línguas como professora de francês, preparei algumas cartas de apresentação pra tentar uma vaga em outras escolas, mas foi justo neste período que eu decidi chutar o balde e o pau da barraca e mudar de profissão. Por isso, nem cheguei a imprimi-las. Tendo isso em vista, me concentrei em alguns empregos "genéricos" - secretária, recepcionista e hostess - e consegui uma vaga como hostess num restaurante. Já faz dois meses que tô trabalhando lá e, apesar de saber que não quero fazer isso por muito tempo, sei também que isso faz parte dos recomeços. Além disso, trabalhar lá tem sido uma experiência muito boa, a oportunidade de praticar o francês e o inglês o dia todo, desenferrujar o espanhol e fazer bons amigos (além de que eu sempre tive uma curiosidade por trabalhar como hostess, por sempre ter achado chique no úúúrtimo alguém que te recebe na entrada do restaurante... rs rs rs).

O Wal estava trabalhando como video-game tester (o emprego dos sonhos dele, até ele descobrir que o negócio não é tão divertido como ele pensava... rs) na Babel, uma empresa que testa jogos de vídeo-game pra outras empresas como a Ubisoft, por exemplo. Ele foi contratado como freelancer e lá ele ficou por quase um mês, até que agora achamos melhor ele se concentrar na francisação.

Fora isso, o frio por aqui tá chegando de mansinho. Tivemos duas semanas bem mais frias que o normal pra esta época e até tivemos flurry em dois dias. A paisagem muda a cada semana e muitas árvores já estão peladas.

Sobre a nossa vizinha silenciosa, digamos que o barulho diminuiu em torno de 70%, o que é muito bom, considerando que a gente pensava que a dor de cabeça fosse ser bem maior. O problema agora é com a vizinha do lado. Sim, quando você pensa que a coisa já tá ruim, ela ainda pode piorar... rs. Quase todos os dias, acordo pelo menos meia hora antes do alarme despertar com o choro de uma das filhas da vizinha do lado (e a criança chora por mais ou menos uns 15 minutos). Nessas horas, eu tenho que fazer um trabalho mental pra controlar o nervosismo (pensa numa pessoa que fica nervosa quando é acordada...) que me faz querer catar qualquer coisa e bater na parede até a criança parar de chorar. Definitivamente, gostamos muito do nosso apartamento, mas vamos nos mudar assim que for possível.


Gros becs,

B.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A expressão do sentimento separatista

Esta antiga caixa de correio fica na esquina do nosso prédio e ilustra muito bem o radicalismo característico da expressão do chauvinismo de alguns québécois. Além de terem sugerido a mudança do nome Postes Canada para Postes Québec, ainda pixaram na lateral da caixa os famosos dizeres Québec Libre, "símbolo" do movimento separatista québécois.

Para refletir...

B.

Ps.: o blog tá meio abandonado porque a correria tá grande, mas logo venho aqui dar notícias!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

L'Oratoire Saint-Joseph

(Post dedicado à tia Leila, minha tia fotógrafa que pediu mais fotos no blog! :)

Já faz algum tempo que a Zeina, minha primeira professora de francês e hoje uma querida amiga, esteve aqui em Montréal de passagem. Ela me ligou dizendo que queria conhecer tudo que fosse possível em um dia, um domingo. Acordei cedo pra encontrá-la e, dentre os passeios que fizemos, fomos ao Oratoire Saint-Joseph. O lugar é maravilhoso e fica num ponto alto de Montréal, então é possível avistar sua cúpula de vários pontos da cidade. Mesmo vendo-o por meio de fotos, a gente só se dá conta da sua majestade estando lá. No fim de semana seguinte, eu e o Wal fomos ao oratório pra que ele também o conhecesse.



Saint-Joseph

Mas prepare-se, pois é muuita escada pra subir (ao ponto de, ao fim da visita, depois de descê-las, você ganhar como brinde um já muito relatado tremelico nas pernas). Lá tem um elevador, mas não vale!


Vista de cima do oratório (olhem o tamanhozinho das pessoas lá em baixo...)

A foto não ficou nada legal, mas dá pra ver o tamanho e a beleza do órgão do oratório.

O impecável e bilíngue jardim na entrada do oratório.
A caminho do Oratoire Saint-Joseph, um achado (logo de frente pra saída do metrô Côte-des-Neiges): o Marché Côte-des-Neiges, um mercado que fica aberto 24 horas durante os 7 dias da semana no verão. Lá encontramos frutas, legumes, verduras, flores, tudo fresquinho, além de mudas de plantas, sirop d'érable, geleias de todo sabor, mel puro, todo tipo de berries entre outros. E o preço é muito bom!


B.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Histórias pra contar: o Bicho Não-Identificado

Anteontem à noite fomos à casa do João e da Cláudia pra nos despedirmos do nosso querido amigo Bruno, sobrinho da Cláudia, que voltou pro Brasil ontem. Depois de tomarmos uma cervejinha gelada e comermos o sempre delicioso cachorro-quente da Cláudia, fomos dar um passeio com o Buddy no rio aqui perto a caminho da nossa casa.

Já era pouco mais de meia-noite quando eu, o Wal e o Bruno saímos andando pro rio e lá nos sentamos pra bater um papo e ver o Buddy enrolando a guia em volta da mesa (sair à meia-noite pra ouvir os barulhos do rio, respirar um ar puro e ver patinhos selvagens, isso é uma das coisas que aqui em Montréal podemos fazer sem medo ou preocupação alguma). Foi quando de repente o Wal avistou um bicho, de longe. Como estava escuro, ficamos tentando adivinhar que bicho era aquele que estava destemidamente vindo em nossa direção. A princípio achamos que fosse um gato gordo (aqui se veem muitos gatos gordos), depois pensamos que pudesse ser um esquilo gigante, quando o bicho ameaçou subir no tronco de uma árvore mais próxima de nós. Mas então percebemos que ele somente estava pagando de esquilo e que ele não era capaz de subir em árvore coisa alguma, talvez por causa de sua rechonchudez. Seria uma marmota? Também não. Um raccoon? Talvez. Eu, completamente fascinada com aquela natureza selvagem logo ali, a poucos quarteirões de casa, queria porque queria chegar perto do bicho e, quem sabe, num golpe de sorte, conseguir fazer-lhe um cafuné. O Wal e o Bruno, que levaram consigo sua sensatez para o passeio, não me deixaram correr o risco de ser atacada pelo bicho, claro. Isso porque, além dos motivos normais para não nos aproximarmos do BNI, recentemente já havíamos tido uma experiência não muito agradável com um gambá.

Pausa para essa história. Foi numa noite no quintal no prédio do João. Nós estávamos lá, fazendo um churrasquinho, quando alguém avista um gambá. Quando nos demos conta, o Buddy, que estava livre, leve e solto, já estava correndo atrás do bicho. A sorte foi que o Victor chegou em tempo de separar os dois, se não o estrago teria sido maior. O gambá (que é um bicho lindo, by the way) soltou um jato daquela coisa fedida que eu só tinha visto em desenho animado até hoje e deixou o Buddy fedendo até a semana passada, mesmo depois de tomar uns 500 banhos.

Depois disso, ficamos espertos toda vez que saímos a pé de casa à noite. Mesmo assim, eu queria me aproximar do bicho não-identificado, que parecia ser a coisa mais fofa. A esta altura, o Buddy, completamente enlouquecido pelo animal que se aproximava cada vez mais e nos encarava na maior cara-de-pau, já estava sendo segurado pelo Wal e pelo Bruno. O curioso é que o BNI ficava igual gente, nos olhando por detrás do tronco da árvore, só com a cabecinha aparecendo. Antes de corrermos o risco de repetir a história do Buddy com o gambá, resolvemos sair dali e ir pra casa. Depois de nos despedirmos, a primeira coisa que fiz foi acessar a internet pra descobrir que bicho era aquele. Era mesmo um raccoon (guaxinim ou mapache, em português). Olha ele aí:


Dá vontade de levar pra casa...

B.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Êtes-vous un chercheur d'emploi efficace?

Ontem descobri um ótimo site, o da Association des centres de recherche d'emploi du Québec (ACREQ). Foi lá que encontrei um teste que te permite saber se você está sendo eficaz na sua busca por emprego no mercado de trabalho québécois. Achei-o extremamente interessante e útil (por meio dele descobri que posso mudar e melhorar algumas das minhas estratégias na busca por emprego) e, por isso, deixo aqui o link para quem quiser fazer o teste. Ao todo são 13 questões, bem rapidinhas de responder. Ao final do teste, o site disponibiliza um pdf com o gabarito, ou seja, as respostas que te qualificariam como um buscador de empregos eficaz, que acabam servindo como um guia pra quem está nesta "profissão".

Bom teste!

B.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Adam

Na quarta-feira passada, fomos ao cinema, finalmente e de graça! O Wal se inscreveu em um dos concursos do Hour e ganhou um par de ingressos pra vermos a estreia de Adam no AMC Forum 22 aqui em Montréal. Fomos ver a comédia romântica sem esperar muito dela, mas nos surpreendemos principalmente com a direção, o roteiro e a atuação de Hugh Dancy, como Adam. Recomendamos.


A ida ao cinema em si já era especial porque, como dois cinéfilos que somos, ir ao cinema é um dos nossos programas preferidos e há muito tempo esperávamos uma oportunidade de fazê-lo aqui em Montréal, coisa que, inacreditavelmente, ainda não havia acontecido, mesmo nos idos de 2005, quando moramos aqui. Acho que nosso costume de ver filmes comprados em promoção ou baixados da internet em casa nos afastou das não muito baratas salas de cinema... por pouco tempo, porque agora o Wal vai se tornar um ganhador de ingressos profissional, se a sorte continuar batendo na porta dele (nesse fim de semana ele jogou na loteira aqui e não acertou sequer um número, mas tudo bem) rs.

Voltando ao caráter especial da nossa ida ao cinema na última quarta-feira, estamos lá sentados, aguardando o início do filme, quando o Wal de repente avista o Michel Coulombe, de quem já falei num post de setembro do ano passado, a propósito de um colóquio realizado por dois canadenses, um deles o Michel, sobre a inserção dos povos indígenas e imigrantes no Brasil e no Canadá. Na mesma hora, fomos falar com ele, nos apresentando como "o casal que você conheceu em Uberlândia, no Brasil, no ano passado". Ele ficou tão satisfeito de nos rever e de ter concluído que, se estávamos ali, é porque havíamos conseguido o visto de residência permanente, que foi logo nos dando um abraço à la brésilienne e dizendo "Bienvenus au Québec!", não sem antes comentar o quão bizarro era aquele nosso reencontro, considerando-se a possibilidade de nos encontrar ali, um casal vindo de uma cidade de que ele nunca havia ouvido falar até o ano passado.

Como a entrada na sala de cinema foi liberada meia hora antes do filme começar, nossa conversa com ele rendeu um bocado. Ele nos contou sobre como sua ida a Salvador foi maravilhosa e o surpreendeu, já que, estando lá no dia da nossa Fête Nationale, nosso querido 7 de setembro, ele esperava ver muitas plumas e mulheres bonitas desfilando, o que, nós sabemos, não aconteceu. Ao invés de mulheres bonitas e plumas, ele assistiu a um genuíno desfile militar, coisa que ele contava aos risos. Ele ainda disse "vocês não conseguiram ouvir a emissão da Radio Canada naquele sábado, né? Eu não sei o que houve, mas a emissão, que era ao vivo, não pôde ser acessada pela internet, mas eu falei de vocês, do blog de vocês e toquei a música do Robert Charlebois, viu?".

O Michel Coulombe é daquelas pessoas especialíssimas, que com uma pitada do seu tempo conseguem transformar um pouco sua vida. Ficamos muito felizes por havê-lo reencontrado e por ele ter se lembrado da gente com tanto carinho. Esperamos poder cultivar mais essa amizade.

Foto no saguão do AMC Forum 22, onde tem uma mini arquibancada com este torcedor enlouquecido do Canadians. O Wal se recusou a pagar esse mico.

Ps. Aproveito pra dar a dica de um cinema bem baratinho aqui em Montréal, o Dollar Cinema, em que o ingresso custa 2 dólares e bebidas, pipoca, chocolates custam 1 dólar. A diferença é que o Dollar Cinema exibe filmes que não são lançamentos ou já saíram de cartaz e filmes mais antigos, incluindo clássicos.

B.


segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Notícias do trabalho

Na sexta-feira passada, completei duas semanas de trabalho na escola de línguas, período em que a professora de francês que substituí esteve de férias. Durante a primeira semana, assumi uma turma pela manhã, composta de duas alunas que estavam finalizando o nível intermediário. Antes que a semana terminasse, a escola me ligou dizendo que, para a semana seguinte, havia mais duas turmas iniciantes à noite pra mim, o que achei muito bom, pensando na possibilidade de poder continuar trabalhando lá. A semana passada começou e eu continuei com a turma da manhã (com uma aluna somente, iniciando o nível avançado, já que a outra havia retornado ao México após a conclusão do intermediário) e uma turma à noite, de três alunos, já que a outra acabou sendo cancelada por falta de inscrições (somente um aluno havia se inscrito).

A esta altura, eu já estava a par da situação da escola. Trata-se de uma escola de línguas que existe há menos de dois anos e que tem poucos alunos. Daí percebi que, sozinha, uma só professora de francês daria conta do recado. Foi então que, na sexta-feira passada, depois de ter concluído minha aula pra aluna da turma da manhã, fui conversar com o dono da escola a respeito da minha situação (já supondo que não haveria turmas pra mim) e ele me disse que para o mês de agosto não precisaria de mim, pois a outra professora retornava hoje das férias, mas que as inscrições para o mês seguinte já haviam começado e que provavelmente ele me chamaria para setembro, esperando conseguir abrir mais turmas.

Apesar de ter lamentado não poder continuar na escola neste mês, antes da semana passada terminar eu já havia chegado à conclusão de que não daria pra continuar trabalhando lá nesses termos, sem um contrato e à mercê da possibilidade de novas turmas serem abertas. Por isso, antes mesmo de conversar com o dono da escola, eu já estava planejando retomar minha função de enviadora de currículos à procura de um novo trabalho, desta vez muito mais auto-confiante e consciente da minha capacidade de trabalhar aqui como professora de francês. Digo isso porque uma coisa é você dar aulas de língua estrangeira no seu país, outra coisa é você fazê-lo num país em que seus alunos não falam sua língua.

Nesse sentido, a experiência que tive nessa escola foi muito enriquecedora. Mesmo no Brasil, eu sempre dei aulas de francês pautadas no mínimo de tradução possível. Era engraçado porque eu já paguei vários micos gigantes na frente dos alunos, fazendo mímicas ou desenhos ridículos na tentativa de fazê-los compreender o que uma expressão, palavra ou situação em francês significava. Só quando todas as possibilidades eram esgotadas é que eu recorria à tradução, principalmente no caso dos alunos com maior dificuldade de apreensão da língua.

Aqui em Montréal, tive, por exemplo, uma aluna coreana, uma senhora nos seus 50 anos de idade (a aluna da turma da manhã). No primeiro dia de aula pra ela (eu já havia sido informada sobre ela pela escola, devido à sua saúde frágil), a caminho da escola, eu fiquei imaginando como seria essa questão toda, de ensinar uma língua estrangeira pra uma pessoa mais velha que não tem a mínima ideia a respeito da minha língua materna pela primeira vez. Estive com ela durante as duas últimas semanas e, finalmente, vi algum retorno daqueles micos que paguei no passado (eu sabia que, um dia, eles me serviriam de algum modo e teriam valido a pena... rs).

Por isso tudo, eu não posso reclamar. Essa já foi uma oportunidade muito boa, que me deu auto-confiança pra alçar outros voos e me abriu portas. Dos alunos que tive na escola, duas alunas (uma delas, a coreana) pediram meu telefone interessadas em ter aulas particulares comigo, o que, de tudo, foi o que me deixou mais feliz, já que, pra todo professor, penso, não há nada mais valioso que o reconhecimento de seus alunos.

Sendo assim, hoje reiniciei minha procura por emprego. Elaborei nove(!!!) cartas de apresentação endereçadas a nove escolas de línguas diferentes. Amanhã pretendo entregar sete delas (todas escolas que ficam no centro de Montréal) e, em outro dia, as outras duas, lááá em Côte Vertu.


Para quem também é professor de língua estrangeira (ou simplesmente professor), deixo a dica de três sites em que temos acesso a uma boa lista de escolas de línguas e cégeps (que oferecem cursos ou disciplinas como inglês e/ou francês) em Montréal:
  • Study in Montreal (site excelente também pra quem está à procura de escolas pra estudar línguas. Contém informações sobre moradia, viagens e trabalhos para estudantes);

Ps.
By the way, faz uma semana que a vizinha do andar de cima não faz barulhos após as onze e meia. Esperamos que ela continue assim!

B.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Nossa vizinha do andar de cima


Enquanto eu tô aqui escrevendo este post, olhem que beleza, eu nem preciso ligar nosso som ou o Winamp pra ouvir música porque o kuduro da vizinha do andar de cima já invadiu nosso apartamento há algumas horas. Desde que a gente se mudou pra cá no dia 1º de julho, temos exercitado nossa paciência e nossa capacidade de achar graça em coisas que originalmente seriam irritantes como uma maneira de levar a situação de forma mais leve.

Na nossa primeira semana aqui, um grande mistério se apresentou pra nós e nos ocupou durante vários dias: o que o pessoal do andar de cima está fazendo pra produzir esse barulho todo? Era engraçado demais... quando a gente ia se deitar pra dormir, ficávamos os dois olhando pro teto, tentando decifrar a origem daquelas pancadas. Eu me lembro do Wal dizendo "será que eles estão jogando hockey lá em cima?" Gente, sem exagero, o globo de luz tremia e a gente ficava sem saber se saía correndo do quarto considerando a hipótese do teto cair sobre nós. Durante esses dias, era comum eu acordar durante a noite pensando que alguém tivesse entrado na nossa casa. Parecia que o barulho vinha de dentro do nosso apartamento. Esperamos duas semanas antes de fazer qualquer coisa a respeito disso, pensando que talvez a suposta família do andar de cima acabava de se mudar e estava colocando os móveis no lugar. Tudo bem que as construções aqui no Canadá não ajudam muito no quesito isolamento acústico, mas o problema não era esse... eram mesmo os vizinhos.

Até então, a gente ainda não havia decifrado a origem dos barulhos infernais nem fazia ideia de quantas pessoas moravam no tal apartamento do andar de cima. Foi quando começamos a coletar algumas evidências e chegamos à conclusão de que se tratava de uma mulher e seus dois filhos de aproximadamente sete anos de idade que ficavam acordados até altas horas da madruga brincando de pular pelo quarto (acreditamos que seja este o cômodo no andar de cima que coincide com nosso quarto). Até que chegou um dia em que a coisa toda ultrapassou todos os limites possíveis e eu disse pro Wal "vamos lá em cima agora". Observação: eram três horas da manhã e os moleques estavam no auge da sua agitação, a qual havia começado às onze e meia! De pijama e irritação nível máximo, batemos na porta da vizinha. Lá de dentro, lembrando, às 3 da manhã, ela grita "Qui eeeest-ce?" e eu respondo "C'est votre voisine". Na mesma hora, antes da porta ser aberta, ela grita pros filhos "Arrêteeeeez!". Outra mulher abre a porta e a gente, educadamente, pede que ela peça às crianças pra fazerem menos barulho porque a gente não estava conseguindo dormir. Miraculosamente, reina o silêncio. Por menos de um dia, porque, no dia seguinte, começou tudo de novo.

Estamos aqui neste apartamento há mais de um mês e até agora só vemos o inventário de barulhos da vizinha aumentar: além da música alta (um kuduro que se repete incansavelmente) que ela escuta não importa a que hora do dia ou da noite, as crianças, que achávamos que eram duas e vimos que são quatro (as outras duas, acreditamos, são filhos da outra mulher que abriu a porta pra nós e que muito provavelmente mora no prédio também), fazem absolutamente tudo que querem, na hora que querem e gritam muito, o que é completamente compreensível, já que a mãe deles só conversa com eles gritando. Outro dia, a vi jogando dois sacos de lixo pela sacada dela (ela mora no segundo andar), que fica, naturalmente, logo acima da nossa. Estamos nós aqui na sala quando, de repente, boom! Era a mulher arremessando os tais sacos gigantes de lixo lá de cima. Mas o dia em que eu realmente fiquei passada foi quando eu vi a outra mulher (a gente nem sabe mais quem é quem, porque elas são bem parecidas) buscar os dois filhos pelo braço, gritando com uma colher de pau na mão na ruelazinha que existe nos fundos do nosso prédio. Detalhe: assisti da nossa sacada à mulher batendo nos filhos com a colher de pau enquanto ela gritava e os meninos se esgoelavam numa choradeira só.

Na noite da sexta-feira passada, véspera da minha prova seletiva pra entrar curso de Tradução da UdeM (daqui a duas ou três semanas fico sabendo se passei), o barulho excedeu todos os limites novamente (o barulho é sempre excedente, mas tem hora que não dá pra ignorar) e o Wal foi lá em cima falar com a mulher. Era uma e meia da manhã e a gente já estava tentando pegar no sono há um tempão. O Wal foi lá e disse "Arrête! No more, ok?" E a mulher "Oui, oui". E o Wal "ok???", e a mulher "Oui, merci!" rs rs rs. Foi muito engraçado ouvir o Wal contar como foi a coisa toda... ele disse assim "Desta vez a mulher até merci falou" rs rs rs.
Detalhe (essa história é cheia de detalhes): neste mesmo dia, à tarde, quando o Wal se encontrou com o proprietário do prédio pra pagar o aluguel do mês de agosto, ele já havia feito uma reclamação sobre a vizinha, tendo em vista que a coisa estava fora de controle há muito tempo. O proprietário disse "ah, essa mulher... ela já deu muito trabalho, muita gente já reclamou..." e ficou de tomar providências. Ahã... Eu disse pro Wal que, dependendo de como a coisa continuar (e tem continuado), nós vamos ligar pro proprietário e dizer a ele que, se ele não fizer nada, nós vamos ligar na casa dele a cada vez que a vizinha estiver fazendo barulhos e cia, o que geralmente começa a acontecer após as onze da noite. Talvez assim ele tome alguma providência.

B.

Ps. Fica a dica: quando for alugar um apartamento, pergunte ao morador que está saindo se ele tem algum vizinho problemático.

terça-feira, 28 de julho de 2009

J'ai un job!

Faz pouco mais de duas semanas que eu e o Wal começamos efetivamente a procurar emprego. Além de que só ver o dinheiro indo embora não é nada legal, a gente também já estava sentindo falta de uma rotina, sabe, de ver alguma coisa concreta acontecendo. Então, começamos a procurar ofertas de emprego em alguns sites (Craig's list, Jobboom, Monster etc) e enviar nossos currículos para as vagas que nos interessavam. Mais tarde, cadastramos nossos CVs no Jobboom e no Monster.

Procurar emprego aqui no Canadá é bem diferente de procurar emprego no Brasil. Primeiro, o formato do currículo não tem muito a ver com o nosso brasileiro. Segundo, existe a famosa lettre de présentation. Basicamente, você deve redigir uma para cada vaga ou possível empregador. Dependendo do tipo de vaga que você procura, a lettre de présentation nem é solicitada ou não é tão importante enviá-la, mas para as vagas que exigem certa qualificação ela é bem importante.

No meu caso, que tenho formação em Letras (português/francês) e experiência como professora, revisora e tradutora, a procura por emprego aqui se mostrou mais trabalhosa do que eu pensava, porque, dependendo da vaga para a qual eu postulava, eu tinha que fazer alterações no meu objetivo profissional. Então eu cheguei a formular três modelos de currículo que, acredito, atendiam a essa necessidade. A diferença básica entre cada um deles se deu no objetivo profissional mesmo. No primeiro modelo, enfatizei minha busca por vagas relacionadas ao ensino da língua francesa e/ou portuguesa; no segundo, destaquei minha busca por vagas relacionadas à tradução e à revisão de textos; e no terceiro, eliminei o subtítulo "Objectifs professionnels", o que, segundo alguns guias de elaboração de CV e cartas de apresentação a que tive acesso*, deve ser feito quando você não tem um objetivo específico ou sua experiência de trabalho não te conduz a um tipo determinado de vaga. Esse último currículo, eu enviava para vagas de recepcionista bilíngue, secretária e derivados.

Quanto à carta de apresentação, eu elaborava uma nova para cada vaga ou empregador. Digo vaga ou empregador porque, muitas vezes, não temos acesso às informações do empregador, então a carta fica meio desfalcada. Mas todas as vezes eu procurava o máximo de dados possíveis sobre o empregador, mesmo que fosse só o nome da empresa e o endereço. Isso é muito importante na minha opinião, porque demonstra seu interesse específico naquela empresa. O melhor mesmo é dar um jeito de descobrir o nome da pessoa que vai receber seu CV e sua carta de apresentação e que será responsável por te selecionar ou não e endereçar a carta de apresentação a ela. A elaboração das cartas de apresentação é a parte que dá mais trabalho na busca por emprego aqui, mas, depois de redigir umas tantas, você pega o ritmo da coisa e consegue aproveitar o texto utilizado para uma vaga em outras do mesmo tipo, sendo necessário somente fazer algumas pequenas alterações.

Outra coisa que pode fazer uma grande diferença é a carta de recomendação, que não temos no Brasil, usualmente. Trata-se de uma carta redigida pelo seu último empregador (ou antigos empregadores) dizendo coisas legais a seu respeito, resumindo, que você é uma pessoa que vale a pena contratar. Já ouvi dizer que há empresas aqui que podem pedir até quatro cartas de recomendação (é lógico que isso está relacionado à experiência de trabalho de cada um), mas até agora não vi ninguém pedir nenhuma carta. Na verdade, assim como a carta de apresentação, a de recomendação não precisa ser solicitada para que você decida enviá-la. Eu, antes de sair do Brasil, fiquei enrolando um tempão pra pedir pra minha ex-coordenadora redigir uma carta de recomendação pra mim, coisa que ela já tinha se oferecido pra fazer. Mas era tanta coisa pra resolver antes de virmos que eu acabei decidindo que, se alguém aqui me pedisse uma carta de recomendação, eu mandaria um e-mail pra ela e a gente resolveria isso em dois tempos. Até agora, não precisei.

Foi então que, depois de uma amiga brasileira que já trabalhou numa escola de línguas aqui em Montréal ter me sugerido que eu levasse um currículo meu a esta escola, lá fui eu entregá-lo, o primeiro que eu encaminhava pessoalmente. O Wal foi comigo e ficou me esperando do lado de fora. Peguei o elevador e a porta já se abriu na recepção da escola. Então, me apresentei à recepcionista, muito simpática, e disse que uma amiga que já tinha trabalhado ali havia me recomendado a escola e que, por isso, eu estava deixando meu CV e uma carta de apresentação (a carta, endereçada ao dono da escola, junto com o CV dentro de um envelope pardo). Ela agradeceu toda sorridente e eu fui chamar o elevador pra descer. Minha sorte foi que esse elevador da escola é muuito lento, então, enquanto eu esperava o bendito chegar, eis que avisto um senhor a caminho da recepção. Na mesma hora a recepcionista me disse que aquele era o dono da escola e me perguntou se eu não gostaria de ser apresentada a ele. Eu não poderia perder essa oportunidade. O senhor já veio também sorridente na minha direção (adoro pessoas descompromissada e verdadeiramente sorridentes) enquanto a recepcionista me entregava de volta o envelope que dei a ela. Já fui tirando meu CV e a carta de apresentação de dentro do envelope e me apresentando ao dono da escola. Disse novamente que a escola me havia sido recomendada pela Débora e que seria um prazer trabalhar ali. Ele me perguntou rapidamente que tipo de aulas eu dava e eu respondi que dava aulas de francês (meu foco naquele momento, já que achar uma escola de línguas aqui que tenha turma de português aberta não é muito comum). Aproveitei e disse que eu também tinha experiência como tradutora enquanto ele folheava meu CV. No final, ele disse que a escola sempre está à procura de novos professores e que, caso uma oportunidade surgisse, ele entraria em contato comigo. Saí de lá satisfeita com o modo como fui recebida, mas disse pro Wal que eu achava que, se ele me chamasse, seria a médio ou longo prazo. Beleza.

No dia seguinte, cá estou fazendo nosso almoço enquanto o Wal olhava meu e-mail pra mim em busca de alguma novidade. Daí ele diz "e aí, tá a fim de começar a trampar?". O dono da escola tinha me enviado um e-mail dizendo que, já para a semana seguinte, ele tinha uma turma pra mim (para substituir uma professora que entrava de férias) e que, se eu tivesse disponibilidade e interesse na vaga, que eu entrasse em contato o mais rápido possível. Almoçamos e liguei pra ele, que me pediu que eu estivesse lá no dia seguinte às 9h da manhã para conversarmos e para que eu conhecesse a professora de francês que estava saindo de férias. Isso foi na quinta-feira passada, dia 23.

Na sexta-feira, depois de me deixar tomando um chá de cadeira de uns 20 minutos, eu, nervosa, como sempre, nessas situações de antecipação, fui me acalmando e, quando ele entrou na sala, eu já estava tranquila. Eu sou sempre assim, tenho esse nervosismo de véspera que some na hora do "vamo vê". Com meu CV em mãos, ele me perguntou algumas coisas sobre a minha formação, se meu diploma era universitário, sobre as línguas que eu falava, onde e como eu tinha aprendido. Ele não tinha me perguntado nada sobre minha experiência de trabalho até o momento, mas resolvi, como boa faladora, aproveitar o gancho da explicação do meu francês pra falar da minha experiência de trabalho como professora de francês. Terminadas as perguntas, eu disse que, se ele quisesse ver, eu tinha comigo as comprovações de tudo que eu havia colocado no meu CV. Ele disse que queria ver, sim, então eu comecei mostrando meu diploma. A sorte é que, na mesma semana, mandamos fazer as traduções de alguns documentos nossos pra dar entrada na universidade aqui, então mostrei a tradução do meu diploma e do meu histórico escolar (que ele pediu pra copiar). Depois ele não quis ver mais nada (eu tinha levado a pasta em que eu organizei todos os documentos relativos à minha formação, experiência de trabalho, certificados etc) e pediu pra eu preencher uma folha com os dados para a contratação, informando que não se tratava de um contrato anual, mas que eu seria chamada à medida que houvesse turmas pra mim, e que a hora/aula que me propunha era um valor inicial, que seria revisto mais pra frente. Achei bom mesmo assim, porque já era a primeira oportunidade de trabalhar na minha área e mostrar meu trabalho. Em seguida (tá acabando, gente), fui apresentada à professora de francês que estava saindo de férias e me explicou tudo sobre a turma que eu iria pegar, os livros utilizados etc. Saí de lá contente da vida, não só pelo emprego novo, livros em mãos, mas por ter sido tão bem recebida (é bom quando isso acontece, né?).

Ontem foi meu primeiro dia de trabalho. Muito legal! A escola tem sempre turmas pequenas, de no máximo 5 alunos, e fica no Vieux-Port de Montréal, então todos os dias vou passar em frente à Basilique Notre-Dame pra ir pro trabalho, o que ontem provocou em mim uma sensação engraçada. É que, saindo da escola, eu avistei várias pessoas com máquinas fotográficas em punho (essa é, talvez, a área mais turística de Montréal), e isso me fez refletir sobre a minha nova condição aqui, de residente, e fiquei feliz com o rumo que as coisas têm tomado.

* Quem estiver interessado nos guias de elaboração de CV e carta de apresentação (um deles é da UQÀM), é só me deixar o e-mail que eu mando!

Becs, B.

terça-feira, 21 de julho de 2009

A boa vida da Sara

Muita gente tem me perguntado como está a Sara aqui, se ela já se adaptou à nova casa... olhem só a boa vida que ela tá levando aqui e vejam se ela não tá adaptada...

Sempre que estamos em casa, abrimos a porta da sacada pra ela fazer uma das coisas de que mais gosta: tomar sol. Quando ela não tá muito interessada, eu digo a ela que é melhor aproveitar o sol agora, porque depois, quando chegar o frio e o inverno, essa boa vida vai acabar... rs rs rs.

B.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Olha a gente aqui 1 mês depois!

Salut, tout le monde!

Finalmente, mais notícias daqui. Fiquei este tempo todo sem escrever no blog porque, além dos dias cheios, que são comuns a todo imigrante recém-chegado, ficamos "ilhados", sem internet e telefone, do dia em que nos mudamos pro nosso apê, dia 1º, até este último fim de semana. Apesar da linha telefônica ter sido liberada pra gente no dia 8, só conseguimos finalizar a instalação no domingo, pois tivemos que chamar um técnico aqui em casa pra ver por que nosso telefone estava mudo. Fritando os ovos, o técnico teve que trocar o fio instalado aqui no apartamento pra que o negócio todo pudesse funcionar. Agora estamos aqui felizes da vida por estarmos novamente conectados... rs.

Amanhã completamos 1 mês aqui e, como já era esperado, achamos que o tempo voou. Parece que foi ontem que saímos do Brasil. Mas a gente sempre achou que aqui em Montréal o tempo tem um jeitão diferente. Temos a impressão de que os dias são mais curtos pela intensidade da vida aqui. Muita coisa acontece em pouco tempo, nos dando a sensação de que aqui ele passa mais rápido.

Durante as duas primeiras semanas, ficamos na casa do João e da Cláudia. Não temos palavras pra agradecer por tudo que eles fizeram por nós e pela forma inigualável com que nos receberam na já muito povoada casa deles. Existem pessoas que parece que nasceram pra sair abraçando todo mundo e tornando outras pessoas parte da família, né? Eles são assim. Resumindo a história, eles são uma família de 4 pessoas que acabou virando uma família de 10. Este foi o número total de pessoas na casa deles neste verão, fora um cachorro (o Buddy, membro da família) e uma gata (a Sara, nossa menina).

No dia 1º nos mudamos pro nosso apê. Foi também o João que nos ajudou com nossa mudança e transportou nossas coisas na van dele. Fora as muitas malas e algumas coisas que fomos comprando pra nossa casa, como panelas, copos, cadeiras etc, havia um colchão, que tínhamos comprado e teve que ser entregue na casa dele, um sofá, que ganhamos de uma amiga brasileira, uma televisão, com que o próprio João nos presenteou, uma escrivaninha e dois racks que achamos na rua* e três caixas de papelão com algumas coisas nossas que ficaram guardadas no storage dele desde fevereiro de 2006, quando voltamos pro Brasil. Foram cinco viagens no total pra conseguirmos trazer tudo aqui pro apê.

Pela foto, já se pode imaginar que ficamos "enclausurados" durante os próximos dias desfazendo malas, faxinando o apartamento e colocando tudo no lugar. Aos poucos fomos comprando as coisas que faltavam e organizando tudo por aqui. No final da semana passada, terminamos a arrumação.

Além disso, já estamos com nosso Numéro d'Assurance Sociale, nosso cartão de residentes permanentes e aguardando a chegada da Carte d'Assurance Maladie, em que demos entrada já na primeira semana aqui. Abrimos conta no Desjardins e até agora estamos muito satisfeitos com o banco. Também fizemos a nossa Carte Accès-services LaSalle, que nos possibilita fazer uso da biblioteca local, l'Octogone, do Aquadôme e ter acesso às pistas de patinação e às piscinas públicas. Nesta semana fomos ao CLE de LaSalle e já nos inscrevemos para um rendez-vous na semana que vem com um conselheiro que vai nos orientar na busca por emprego. Por falar nisso, nesta semana também começamos a mandar alguns currículos e estamos providenciando a tradução dos documentos necessários para a inscrição nas universidades em que queremos estudar. O prazo para as inscrições para a sessão de outono terminou no dia 1º de março, mas alguns cursos ainda estão aceitando aplicações tardias, então vamos ver se conseguimos começar a estudar em setembro, ao invés de janeiro, que é quando a sessão de inverno começa.

Mas nossa vida aqui não está sendo só ralação não! rs No dia 24, dia de Saint Jean-Baptiste ou Dia do Québec, ainda estávamos na casa do João e tivemos um dia maravilhoso. Passamos a manhã/tarde na área próxima ao Natatorium de Verdun jogando vôlei e frisbie e depois fizemos um churrasco no quintal do prédio do João.

Depois de mais de 10 anos sem pegar numa bola de vôlei, lá fui eu ficar com os braços doloridos no dia seguinte.

Churrasco brasileiro meesmo, com direito a farofa, maionese e vinagrete.

Também fomos ao Festival de Jazz em três dias. No primeiro, para ver o show de abertura do Stevie Wonder (gratuito!). Chegamos tarde e tivemos que ver o show de um dos telões instalados na área do festival. Outro dia, passamos a tarde lá e vimos o show do Jesse Dee (gratuito!) e a apresentação de dois percussionistas e uma trapezista. Fantástico! No último dia, chegamos às 17h para o show de encerramento do festival, o do Ben Harper (gratuito!), que começaria às 21h30. Nos "plantamos" na frente do palco e não saímos mais de lá até o show começar, então conseguimos ficar na grade e ver tudo bem de perto! Valeu a pena!

Entrada do festival

Sempre muita gente no festival...

Mais chuva (e não para de chover e fazer frio neste verão de 2009 em Montréal...)

Os percussionistas e a trapezista se apresentavam ao mesmo tempo.

Neste ano, 30º aniverśario do festival.

Era muita gente mesmo, mas tudo sempre organizado, sem empurra-empurra e nenhuma briga.

O Wal desenvolvendo seus dotes "fotografísticos" no show do Ben Harper.

Iéé, a gente tava bem pertinho mesmo! rs

Mais notícias assim que as tivermos!

* É muito comum encontrar diversas coisas na rua nos dias próximos ao dia nacional da mudança, 1º de julho, aqui em Montréal. Muita gente, querendo se desfazer de móveis, eletrodomésticos, monitores e derivados, colocam essas coisas na porta de suas casas para doação. Detalhe: na maioria das vezes, as coisas estão em ótimo estado, novas mesmo, com um arranhãozinho aqui, outro ali. Mas também se vê muita coisa que não tem proveito, é claro.

Bilhete pregado na escrivaninha que encontramos perto da casa do João.

Bises, B.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Aniversário do Wal

Ontem o Wal completou 23 anos!!! O segundo de muitos aniversários dele aqui em Montréal...

Tentando fazer uma surpresa que foi mais ou menos bem-sucedida (porque não houve como eu sair de casa e inventar alguma desculpa esfarrapada... tive que dizer que eu estava preparando uma surpresa pra ele), fui ao supermercado e comprei um bolinho de chocolate, balões coloridos, chapeuzinhos e até língua-de-sogra pra gente fazer uma farrinha aqui na casa do João... Rolou até cachorro-quente da Cláudia no estilo "carrocinha de cachorro-quente brasileira", se é que esse estilo existe... rs.

Vitor, Bruno, eu, Wal, Dani, Cláudia e João.

A Dani tentando fotografar o Wal com o Buddy...

Depois de cinco tentativas, a foto saiu!

A gente obrigando a Sara a tirar foto... rs.

João e Wal.

Ps.: Queremos agradecer a todos os amigos visitantes do nosso blog pelo carinho e pelo apoio... essa energia é muito boa de se sentir!

Bises à tous et à toutes!

B.